CARDIOLOGIA – PARADA CARDÍACA EM ATLETAS. A arritmia e os riscos de parada cardíaca em praticantes de esporte. Cardiologista explica o que aconteceu nos recentes casos dos jogadores de futebol Fabrice Muamba, do Bolton, e Renato Abreu, do Flamengo.
Renato Abreu, do Flamengo, foi submetido a uma ci-
rurgia no coração (Foto: André Portugal / Vipcomm)
Um teve e outro quase teve uma parada cardíaca. Fabrice Muamba, jogador de futebol do clube inglês Bolton, sofreu colapso cardíaco durante uma partida contra o Tothenham provocado, provavelmente, por uma grave arritmia cardíaca. Prontamente atendido pela equipe de emergência de plantão, necessitou de dezenas de choques do Desfibrilador Externo Automático (DEA), além de massagens cardíacas. A imprensa chegou a afirmar que o jogador tinha morrido por quase duas horas.
Na verdade, nessas horas não ocorreu a morte, que não tem volta, e sim inúmeras paradas cardíacas prontamente recuperadas. Por aqui, um brilhante diagnóstico precoce de grave risco de vida no esporte, do jogador Renato Abreu, do Flamengo, nos mostrou a eficiência da medicina brasileira. Durante o teste ergométrico da avaliação cardiológica de anual rotina, foi detectada perigosa arritmia que poderia, num jogo qualquer, provocar uma parada cardíaca fatal. Descoberto o problema, foi tratado com sucesso e em breve voltará a jogar.
Afinal, o que acontece? Podemos afirmar, por experiência de décadas, que é muito raro (menos de 2%) um atleta ter um evento grave desses caso realize uma avaliação clínica e cardiológica prévia eficiente com resultado normal. Entre nós, os grandes clubes são bem cuidadosos e os exames são completos, ou seja, consulta médica e cardiológica do esporte, eletrocardiograma em repouso, teste ergométrico com cardiologista, ecocardiograma e dosagens laboratoriais bioquímicas. Aliás, exatamente a avaliação obrigatória para as seleções classificadas para Copa do Mundo e para nossos atletas olímpicos, que a fazem conosco no Hospital do Coração – HCor de SP.
A avaliação pré-participação eficaz é recomendada para todo atleta ou esportista, e previne um acontecimento cardiológico grave na maioria das vezes (não existe zero risco). Uma equipe treinada de paramédicos, com um DEA, tem elevada chance (ao redor de 85%) de recuperar uma parada cardíaca, se for atendida até o primeiro minuto de parada, e essa porcentagem decresce para próximo ao zero se demorar três minutos. Fica a pergunta, estamos prontos para isso em nosso país? Vocês podem imaginar a resposta… Apenas em alguns locais! E como ficamos para a Copa do Mundo e Olimpíadas? Podem crer, equipes de emergência de primeiro mundo serão obrigatórias tanto para atletas como para o público.
O lado perigoso do problema está na maioria das academias de ginástica e clubes sociais, que não estão preparados para uma emergência dessas, nem a maioria dos esportistas se dispõe fazer a avaliação médica digna desse nome. Chega-se a confundir o teste físico sub-máximo, para avaliar a capacidade física, como substituto do exame médico que, na verdade, deve ser feito só após a avaliação médica, para evitar surpresas cardiovasculares durante o teste físico.
Parecem óbvias as nossas afirmações, mas a realidade do dia a dia mostra o que acontece! Quantos de nós fizemos avaliação médica especializada antes de iniciar a atividade esportiva? Pois é, muito poucos, chegamos a calcular numa corrida de rua em apenas 2% a 5% os que a fizeram.
PS.: Na medicina, um indivíduo recuperado de uma parada cardíaca é chamado de sobrevivente com toda a força que este adjetivo pode ter. Até breve!
Autor: Nabil Ghorayeb é doutor em Cardiologia pela FMUSP, chefe da CardioEsporte do HCor e do IDPC e diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia, além de ter recebido o Prêmio Jabuti de Literatura, em 2000, na categoria Saúde e Ciências.
Fonte: GE
Os exames antes da prática esportiva ou de rotina são executados ou não… Reflitamos… a preparação física é fundamental para um bom desempenho… entre contato abaixo…
Repassando – José Carlos Varela
Professor de Educação Física, Especialista em Treinamento Desportivo e Personalizado. CREF 014099-G/PR.
Treinador Federação Paranaense de Atletismo – FPA
Confederação Brasileira Atletismo – CBAt – IAAF Nível 1- registro n.o 1084
Atleta Corredor Maratonista FPA e CBAt registro nr. 2364
34 MARATONAS e 2 SUPERMARATONAS DE 50 KMS ATÉ novembro de 2017: Aqui
Proprietário da Varela Esportes Assessoria Esportiva (www.varelaesportes.com.br).
CREF 003410-PJ/PR – CONFEF: Aqui
Cuide dos treinos e alimentação…