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CORRER DESCALÇO… VOCÊ CONSEGUE?

Corrida descalça e minimalista exige preparo de músculos e articulações. Dentro da água é possível adaptar-se às mudanças biomecânicas e praticar a técnica para esse tipo de corrida, sem sofrer o impacto do corpo com o solo.

Colunistas - 11/nov/2022

Corrida descalça e minimalista exige preparo de músculos e articulações. Dentro da água é possível adaptar-se às mudanças biomecânicas e praticar a técnica para esse tipo de corrida, sem sofrer o impacto do corpo com o solo.

A corrida descalça exige preparo dos pés, músculos e articulações (Foto: Getty Images)

Entre os anos 2008 e 2009, os corredores descalços idealizaram um calçado minimalista, ou seja, que oferecesse a mesma sensação de correr descalço, com total liberdade para os pés. Para se enquadrar nesse conceito, o calçado precisa seguir algumas características, como “drop zero” (não pode haver diferença entre a altura do calcanhar e a frente dos pés); ser totalmente dobrável, ter forma larga, principalmente na região dos dedos; nenhum ou pouco amortecimento; nenhum suporte; ser bem leve.

O correr descalço é encontrado em várias culturas e povos, como os africanos, que já fazem isto desde a mais tenra idade. Os povos primitivos não tinham outra opção de calçado, portanto a musculatura já era trabalhada para aguentar todo o impacto, irregularidades do solo, diferentes texturas. E é nesse ponto que os candidatos a usuários de calçados minimalistas devem ter cuidado: é preciso preparar o corpo para não causar fascite plantar ou túnel do tarso, além de inflamações da planta do pé e outras lesões.

Se a corrida com tênis especial, com amortecedores e com toda a proteção necessária, já requer cuidados, imaginem com o tênis minimalista sem proteção alguma. As musculaturas dos pés, pernas, glúteos, abdômen e pára-vertebrais precisam ser fortes e flexíveis. A propriocepção tem que ser muito trabalhada visando promover reações de equilíbrio para evitar quedas, torções, luxações, tendinites.

O trabalho para realizar esta corrida é progressivo e o uso deste tênis também. A mudança do padrão de correr, mais no antepé, mais rápido, com a base menor do pé sem apoiar os calcanhares como se fosse uma garça, é difícil no início. O domínio da técnica é muito importante para gerar a liberdade desejada sem causar lesões.

A recomendação é que se treine na água em diferentes profundidades, com maior ou menor atuação da gravidade e do peso corporal. Quando corremos no solo, a força da gravidade faz o peso corporal atuar com 100% de seu valor sobre as articulações. Na água, à medida em que imergimos e aumenta a influência do empuxo, podemos reduzir a influência do peso corporal e quase zerá-lo. Podemos potencializar o trabalho dos pés puxando, empurrando, chutando a água, sem tocar no chão. Depois, vamos gradualmente emergir e aumentar a força da gravidade e o peso corporal.

Na água, podemos treinar a corrida no antepé sem sobrecarregar as panturrilhas, as famosas batatas das pernas. Este trabalho é realizado respeitando os limites do corredor, começando numa profundidade maior e depois diminuindo até chegar 50 ou 40% do peso corporal.

Na piscina, temos várias recursos quanto aos materiais utilizados, às técnicas apropriadas, à variedade de movimentos com os pés e pernas em diferentes direções, ritmos e intensidades. É importante explorar todo este manancial e tentar reproduzi-lo na areia e na grama, se possível também na pista de tartan, para depois ir para o asfalto com este tênis minimalista.

Quando começamos com a utilização deste tênis no solo, as doses devem ser homeopáticas e progressivas. Sentindo e ouvindo as reações do seu corpo, já que cada um reage de uma maneira. Há corredores que vão adaptar-se mais facilmente, outros levarão mais tempo e alguns não conseguirão seguir esta nova modalidade.

A corrida natural deve ser experimentada pelos corredores “de carteirinha”, ou seja, aqueles que já correm há muito tempo. O corpo já está acostumado ao impacto. Embora a biomecânica da passada seja completamente diferente, requerendo mais treinamento, pelo menos já possuirá condicionamento muscular e articular. Deverá ir para a água também e paralelamente para a areia.

Os novatos devem vivenciar a água em primeiro lugar. De acordo com Kruel, pesquisador dos efeitos proporcionados pelas atividades aquáticas, saltar na água, dependendo da profundidade, equivale a saltar no solo sem tênis (na profundidade que anule cerca de 50% do peso corporal). Será um bom treinamento na água para adaptar-se à nova técnica.

O importante é variar os estímulos, as atividades físicas e mentais, não ser repetitivo, ou seja, não realizar sempre os mesmo exercícios, as mesmas atividades. A rotina não é boa nem para o corpo e nem para a mente. Sejamos criativos, abertos a novas experiências, mas com cautela. Leia mais…

Olha vamos experimentar menos custo com tênis será que resolve?

Prof. José Carlos Varela.

Professor de Educação Física, Especialista em Treinamento Desportivo e Personalizado. CREF 014099-G/PR

Treinador Federação Paranaense de Atletismo – FPA
Confederação Brasileira Atletismo – CBAt – IAAF Nível 1- registro n.o 1084
Atleta Corredor Maratonista FPA e CBAt registro nr. 2364
34 MARATONAS e 2 SUPERMARATONAS DE 50 KMS ATÉ novembro de 2017: Aqui
Proprietário da Varela Esportes Assessoria Esportiva (www.varelaesportes.com.br).
CREF 003410-PJ/PR – CONFEF: Aqui

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