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CORRER SÓ POR CORRER…

12 razões para correr uma prova (e não “pipocar”). O corredor merece respeito e não ser maltratado por falta de água, assistência e outros detalhes previstos para uma (boa) corrida.

Colunistas - 19/nov/2020

12 razões para correr uma prova (e não “pipocar”). O corredor merece respeito e não ser maltratado por falta de água, assistência e outros detalhes previstos para uma (boa) corrida.

Em uma corrida de rua, João Carlos resolveu testar como estava o seu desempenho, mas não se inscreveu na prova. Durante o percurso, passou mal, caiu no chão sem forças e precisou ser atendido às pressas pela organização do evento. Por estar sem número de peito, e desacordado, os médicos tiveram grande dificuldade para descobrir quem era João Carlos e comunicar sua família do ocorrido. Pior, outro corredor, desta vez inscrito, com número de peito, também passou mal e precisou de atendimento, mas não foi socorrido da forma devida, pois boa parte da equipe estava resolvendo o problema de João Carlos.

Outra situação: uma corrida de rua estava preparada para receber 10 mil corredores, todos inscritos. Mas cada um deles resolveu convidar um amigo para ter companhia durante a prova, o que fez com que o número de participantes dobrasse. Resultado: os postos de hidratação que estavam preparados para receber 10 mil corredores tiveram que atender 20 mil e aquele atleta, com um pace menor, que se inscreveu na prova, mas chegou mais tarde aos postos de água, não conseguiu se hidratar de forma correta pelo excesso de corredores.

As cenas descritas são hipotéticas, mas refletem o que pode acontecer numa prova de corrida de rua que recebe um número de corredores maior do que o previsto nas inscrições. Por conta disso, conversamos sobre o tema com cinco técnicos de corrida, de vários cantos do Brasil. Veja os perrengues que eles pontuaram numa situação assim:

1 – “Hoje, as provas de corrida de rua estão cada dia mais atrativas para os corredores. São inúmeras oportunidades para podermos correr uma prova bem organizada. Lembro quando comecei a correr, em 1980, e as medalhas eram apenas para os três primeiros, camiseta nem pensar, chip, então, nem existia e nem se falava em hidratação. Hoje, correr é um luxo: camiseta, medalhas, hidratação, frutas, chip, música e muito mais. Tudo isso tem um custo, que não é pequeno. Por isso, é fundamental para que continuemos a ter essas provas que o corredor faça sua inscrição, caso queira correr.”
(Paulo Ayres, gerente da unidade de Porto Alegre da Cia Athletica)

2 – “Correr sem estar devidamente inscrito numa prova é um pouco mais grave do que alguém que vai de ‘bicão’ em uma festa. A questão não se resume a pagar ou não pelo ‘convite’. Ao participar de uma prova sem estar inscrito, o corredor consumirá recursos que a organização preparou para o número de corredores que se inscreveram oficialmente no evento.”
(Renato Dutra, diretor técnico da Run&Fun, em São Paulo)

3 – “Quando escuto sobre correr na pipoca, sempre, sou contra. Afinal, o planejamento do evento pode ser prejudicado pela pipoca que entra na festa sem pagar. Se a pessoa não concorda com o evento, seja qual for o motivo, então que não participe dele. Você entra num restaurante, come e vai embora sem pagar? É a mesma situação.”
(Adriana Genioli, diretora técnica da AG Assessoria Esportiva, em Fortaleza)

4 – “Cada um que paga uma inscrição de prova, paga pela água, pelas bebidas esportivas e pelas frutas ao longo do percurso. Paga pela segurança que organizadores e órgãos públicos oferecem para os corredores. Paga pelos banheiros químicos (mesmo que não sejam usados), pelo kit, pela medalha, pelo guarda-volumes. Paga para que as empresas envolvidas façam acontecer. Olha quanta coisa está envolvida na inscrição. Será uma atitude justa correr na pipoca?”
(Rogério Carvalho, treinador e preparador físico de corredores e triatletas em São Paulo)

5 – “Outro ponto: a vazão de pessoas. Sim, porque quando concebe uma prova de corrida, outro fator muito importante é a capacidade que as ruas que receberão estes corredores têm para dar vazão a um determinado número de participantes. Vou dar um exemplo: se a organização fez um estudo e calculou que as vias de um determinado percurso comportassem 10 mil corredores, se 2 mil pipocas comparecerem, a vazão será bastante prejudicada.”
(Renato Dutra, diretor técnico da Run&Fun, em São Paulo)

6 – “A pipoca não é boa por atrapalhar os participantes, que têm que dividir o espaço com outros corredores, pode perder a referência da sua posição na classificação e isso ainda influencia no ritmo dos inscritos de forma negativa.”
(Flávio Freire, diretor técnico da Flávio Freire Assessoria Esportiva em São Paulo)

7 – “Vamos imaginar que um corredor da pipoca tenha um mal súbito. O atleta inscrito preenche na ficha de inscrição e no verso do número de peito coloca seus dados pessoais, designando um responsável para ser avisado em caso de emergência. Sem esses dados, como avisar o responsável pelo atleta sem inscrição que passou mal?”
(Renato Dutra, diretor técnico da Run&Fun, em São Paulo)

8 – “Correr na pipoca, na minha opinião, é falta de respeito e de ética. Se por algum motivo não quisermos pagar uma inscrição, devemos procurar outro percurso para correr, e não o da prova. Não é justo aproveitarmos uma estrutura sem estarmos inscritos. São nos pequenos detalhes que poderemos mudar nossa cultura, melhorando, talvez, todo um país.”
(Paulo Ayres, gerente da unidade de Porto Alegre da Cia Athletica)

9 – “Outra questão, e aí acho tratar-se de um gesto de extrema falta de educação, são os pipocas que cruzam o funil de chegada e inclusive retiram kit, lanche e medalha. Também já não é novidade que faltarão medalhas e lanches para os que se inscreveram oficialmente.”
(Renato Dutra, diretor técnico da Run&Fun, em São Paulo)

10 – “Por uma questão que nem é da organização, a prova pode ter prejuízo financeiro e de credibilidade.”
(Flávio Freire, diretor técnico da Flávio Freire Assessoria Esportiva)

11 – “Nós, como educadores físicos e assessorias, devemos incentivar os alunos a se inscreverem nas provas. Quanto mais inscrições, maior será o crescimento na área esportiva, mais eventos acontecerão, maior será o investimento pelos patrocinadores, mais alunos surgirão, etc. Os corredores só têm a ganhar.”
(Adriana Genioli, diretora técnica da AG Assessoria Esportiva, em Fortaleza)

12 – “Independentemente de como está o cenário da corrida, hoje, e de como seria se não houvesse corredores pipoca, faça a sua parte. Pague a sua inscrição, corra, seja feliz e durma em paz consigo mesmo.”
(Rogério Carvalho, treinador e preparador físico de corredores e triatletas em São Paulo)

Nas corridas da O2
Agora, quem se inscreve nas corridas da O2 terá maior segurança para evitar perrengues. Apenas corredores com número de peito terão acesso à largada da prova, além de a numeração (que vem, claro, no kit de inscrição) ser fundamental para identificação do seu tempo e das fotos tiradas pelo percurso. Mais: a medalha só será entregue mediante apresentação do número de peito e do chip de cronometragem.
Por Lygia Haydée

Fonte: O2

LEIA MAIS… e veja mais: Aqui.

Vamos fazer o que é certo, qual é a verdadeira intenção do atleta, que vai correr no evento…

 

Repassando – José Carlos Varela
Professor de Educação Física, Especialista em Treinamento Desportivo e Personalizado. CREF 014099-G/PR.

Treinador Federação Paranaense de Atletismo – FPA
Confederação Brasileira Atletismo – CBAt – IAAF Nível 1- registro n.o 1084
Atleta Corredor Maratonista FPA e CBAt registro nr. 2364
34 MARATONAS e 2 SUPERMARATONAS DE 50 KMS ATÉ novembro de 2017: Aqui
Proprietário ESCRITÓRIO da Varela Esportes Assessoria Esportiva (www.varelaesportes.com.br).
CREF 003410-PJ/PR – CONFEF: Aqui

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